A política do DF, especialmente na região de Planaltina, merece mais do que discursos oportunistas e espetáculos vazios
Em um evento realizado em Planaltina “PARA MELHORIA DA SAÚDE” revelou muito mais do que discursos exaltados. Escancarou as contradições do Partido Renovação Democrática (PRD) e o desgaste interno da legenda na cidade e que, cada vez mais, parece tropeçar em suas próprias incoerências.
No centro da mais recente polêmica, o militante do partido, o advogado Vicenzo, protagonizou uma tentativa frustrada de show pirotécnico em cima de um trio durante uma carreata. O objetivo? Atacar mais um membro da base aliada do governador Ibaneis Rocha (MDB), desta vez a vítima foi o deputado Pepa. “Ele distorceu o objetivo da manifestação, foi tão infeliz e oportunista, que a coordenação do movimento pediu que se retirasse”, disse um dos apoiadores do movimento.
Apesar do discurso inflamado contra políticos da base governista, Vicenzo silencia estrategicamente sobre as práticas de figuras controversas dentro do próprio PRD — uma omissão que levanta suspeitas e evidencia uma atuação seletiva.
Um exemplo gritante dessa contradição é o caso do professor Jordenes, também filiado ao PRD, cujo histórico causa indignação pública: tempos atrás, o educador foi acusado de humilhar um aluno em situação de vulnerabilidade por frequentar a escola de chinelos, chegando ao ponto de exigir que o menino ficasse descalço em sala de aula.
O episódio, amplamente divulgado pela imprensa local, não rendeu até hoje nenhuma manifestação firme do PRD ou de seus correligionários e militantes, mas os eleitores mostraram sua indignação nas urnas e nunca elegeram o professor.
Mais surpreendente é o apoio contínuo que Jordenes recebe de outras figuras como Arthur Cardoso — ex-conselheiro tutelar de Planaltina-DF e filiado ao UB, onde foi candidato a vereador em Planaltina Goiás, sem resultado. Ambos possuem um histórico de derrotas nas urnas, um para deputado distrital e o outro para conselheiro tutelar e vereador.
O silêncio do presidente do partido, Lucas Kontoyanis, diante dessas contradições internas tem sido interpretado por muitos como conivência ou, no mínimo, falta de liderança.
O caso expõe o que muitos já sussurravam nos bastidores: o PRD em Planaltina enfrenta uma crise de identidade. Ataca fora, mas fecha os olhos para dentro. Até parece que ao invés de “lupa” para enchergar melhor, usam o “chinelo” para tapar os olhos aos infortúnios dos correligionários políticos.
Prega renovação, mas convive com práticas retrógradas e posturas elitistas. Enquanto o advogado Marco Vicenzo busca holofotes, talvez fosse mais produtivo se ele e sua legenda olhassem com mais honestidade para os próprios quadros.
O povo, que conhece na pele as dificuldades diárias, exige coerência, empatia e compromisso real com as causas sociais — não apenas chineladas simbólicas em palanques improvisados para criar oportunidades políticas.