A relação entre PRD e Solidariedade no Distrito Federal passa por momentos de tensão às vésperas da formalização da nova federação partidária. A união será oficializada no próximo dia 11 de junho, em cerimônia no Salão Verde do Congresso Nacional, com documentação a ser enviada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nos primeiros dias do mês.
A nova federação promete redesenhar o cenário político local, especialmente com o retorno do ex-senador José Antônio Machado Reguffe, que surge novamente como pré-candidato a deputado federal. O grupo projeta metas ousadas: eleger dois deputados federais, atingir a marca de 300 mil votos e conquistar três cadeiras na Câmara Legislativa do DF.
Também está no radar a disputa pela vaga de vice-governador em 2026, estratégia que se apoia no tempo de TV e nos recursos assegurados pela união entre os partidos. Para garantir solidez, as novas filiações passarão por uma triagem rigorosa, sob a análise de um conselho político interno.
No centro dessa movimentação está Lucas Kontoyanis, conhecido nos bastidores como o “Mago das Nominatas”. Ele é cotado para assumir o comando da federação no DF e se posiciona como peça-chave nas articulações para as próximas eleições.
No entanto, o protagonismo de Kontoyanis tem gerado desconforto entre membros do Solidariedade. A crítica principal gira em torno de seu estilo de liderança, considerado centralizador. Relatos apontam que ele costuma exigir controle sobre pelo menos 50% dos cargos e das decisões dos mandatos conquistados — o que, para muitos, o coloca como figura de influência excessiva sem respaldo direto das urnas.
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Outro ponto de atrito é a divulgação antecipada de possíveis candidatos e composições, inclusive para a chapa majoritária, feita por Kontoyannis por meio da imprensa. Para integrantes do Solidariedade, essas movimentações reduzem o espaço de participação do partido na federação. Até agora, apenas o nome de Reguffe aparece com legenda assegurada para uma eventual candidatura à Câmara Federal.