Governo de Santiago Peña alega “sobreposição de compromissos”, mas ausência reforça bloco ideológico antiambientalista na América do Sul
O presidente do Paraguai, Santiago Peña, confirmou que não participará da COP30, marcada para os dias 6 e 7 de novembro, em Belém (PA). O governo alegou à CNN Brasil que a ausência se deve a uma “sobreposição de compromissos”, repetindo o argumento usado em ocasiões anteriores.
Com isso, Peña se junta a Donald Trump e Javier Milei, que também boicotaram a cúpula climática, marcando uma frente conservadora que contesta as políticas ambientais multilaterais e a agenda verde impulsionada pela ONU.
Embora Peña não adote um discurso negacionista, sua política externa segue cada vez mais alinhada a Washington e Buenos Aires. O Paraguai apoiou o embargo norte-americano contra Cuba, classificou o “Cartel de los Soles” como organização terrorista e transferiu sua embaixada de Tel Aviv para Jerusalém, acompanhando as decisões de Trump e Milei.
Em abril, o presidente paraguaio também boicotou a Cúpula da Celac, que criticava “medidas coercitivas unilaterais” — uma referência às tarifas impostas pelos EUA. Na mesma época, Peña e Milei se reuniram em Assunção para discutir integração comercial fora dos blocos regionais tradicionais.
Em agosto, o Paraguai assinou um acordo com a Casa Branca que o transforma em “Terceiro País Seguro”, permitindo que solicitantes de asilo nos EUA aguardem o processo em território paraguaio — outro sinal de alinhamento direto à política migratória trumpista.
Na prática, a ausência de Peña em Belém reforça um eixo ideológico antiambientalista e pró-EUA no cone sul, onde a pauta climática passou a ser tratada como braço da geopolítica progressista global.
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